A manutenção da taxa Selic em patamar elevado, fixada pelo Banco Central, tem sido apontada por economistas como um dos fatores que contribuíram para a recente queda no Índice de Atividade Econômica. O índice registrou uma retração de 0,2% em setembro, quando comparado ao mês anterior. Atualmente, a taxa Selic encontra-se em 15% ao ano, o nível mais alto registrado nas últimas duas décadas.
Um professor de Economia e Direito, Douglas Elmauer, do Mackenzie Alphaville, avalia que a retração econômica observada está em consonância com o cenário macroeconômico vigente. Segundo ele, a taxa de juros, no patamar mais alto em quase 20 anos, exerce um efeito claro na contenção da demanda. Isso porque encarece o crédito, reduz o estímulo ao consumo, posterga investimentos e onera o orçamento familiar.
Além dos juros elevados, o professor aponta que a renda das famílias, apesar de um alívio recente da inflação, ainda não recuperou totalmente o poder de compra perdido, limitando o consumo em segmentos importantes da economia. Elmauer também destaca a influência do cenário externo, mencionando que a incerteza em relação à política monetária dos Estados Unidos acirra as condições financeiras globais e impacta as expectativas do setor empresarial.
Outro economista, Euzébio Sousa, pesquisador da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, ressalta que o impacto no crescimento econômico está intrinsecamente ligado à elevada taxa de juros, que afeta o desenvolvimento de forma generalizada. Ele enfatiza que, com taxas tão elevadas, o Banco Central sinaliza a necessidade de reduzir a atividade econômica, o que, segundo ele, tem se concretizado. O impacto é sistêmico na economia como um todo.
Sousa explica que a alta da taxa de juros impacta na diminuição do financiamento para consumo, o que resulta na queda da demanda. Além disso, desestimula empresários a produzir e investir, reduzindo o financiamento para ampliar o investimento e, consequentemente, diminuindo o nível de emprego.
Por outro lado, a economista Daniela Cardoso avalia que o resultado de setembro é pontual e não indica um problema econômico generalizado. Ela argumenta que a queda observada no mês de setembro é discreta, menor que o acumulado dos últimos três meses de queda. Segundo ela, a ausência de uma curva ascendente impede a caracterização de um problema de grande magnitude, e, no caso brasileiro, observa-se uma curva descendente.
A economista vislumbra uma perspectiva de queda da taxa a partir do próximo ano, com a possibilidade de alcançar 12%, o que pode contribuir para a redução da dívida pública e o equilíbrio fiscal.
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Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
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