Uma operação conjunta do Ministério Público de São Paulo e da Polícia Civil desvendou um audacioso plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para executar figuras públicas de destaque no combate ao crime organizado no estado. Entre os alvos, estavam o promotor de Justiça Lincoln Gakiya e o coordenador de presídios Roberto Medina.
A estratégia dos criminosos incluía o aluguel de uma casa de luxo a menos de um quilômetro da residência de Gakiya. O objetivo era monitorar minuciosamente a rotina do promotor e dos policiais responsáveis por sua proteção, mantendo um esquema de vigilância rígido e eficaz.
As investigações revelaram que a célula do PCC envolvida na trama operava de maneira compartimentada e disciplinada. Cada membro tinha uma função específica no esquema sem conhecer o plano em sua totalidade. Essa estrutura dificultava a detecção das atividades criminais.
A Operação Recon, como foi batizada, resultou inicialmente na execução de 25 mandados de busca e apreensão em diversas cidades do interior paulista, incluindo Presidente Prudente, Álvares Machado, Martinópolis, entre outras. A operação segue em busca de identificar mais envolvidos e mapear completamente a cadeia de comando do PCC.
Um dos principais focos do plano criminoso estava no acompanhamento detalhado de Roberto Medina. Através de dispositivos eletrônicos, os criminosos coletaram informações sobre o trajeto diário de Medina, desde sua casa até o trabalho. Evidências como fotos e vídeos demonstravam a precisão do monitoramento.
Mensagens de áudio recuperadas pela polícia revelaram a preocupação dos bandidos em serem identificados enquanto monitoravam o coordenador de presídios. Este medo levou à adoção de medidas de precaução extras para evitar qualquer tipo de identificação.
A investigação teve início em julho, após a prisão de um homem flagrado por tráfico de drogas, que revelou um complexo esquema de informações sobre os alvos. A partir daí, a polícia seguiu pistas que levaram à identificação de outros componentes da célula.
Wellison Rodrigo Bispo de Almeida, conhecido como Corinthinha, foi um dos criminosos detidos. Ele morava em Martinópolis, mas foi encontrado em uma propriedade alugada a 53 quilômetros dali, em Presidente Bernardes. Wellison alegou estar fugindo de ameaças, mas a polícia confirmou sua missão de seguir Medina.
Outro suspeito, Sérgio Garcia da Silva, o Messi, foi preso por tráfico de drogas. Em seu celular, encontrado debaixo de um travesseiro, a polícia encontrou conversas e prints de rotas, que conectavam Messi ao plano de execução de Medina e Gakiya.
A investigação também revelou que o PCC utilizava uma loja infantil para lavar dinheiro, o que adiciona uma camada de complexidade ao caso. A busca por mais envolvidos e evidências continua, com a quebra dos sigilos telefônico e telemático dos suspeitos sendo ferramentas cruciais para o aprofundamento das investigações.
Lincoln Gakiya é uma figura central na luta contra o crime organizado em São Paulo. Desde 1996, quando assumiu a Promotoria de Justiça da Comarca de Presidente Prudente, ele tem investigado incansavelmente as atividades do PCC. Suas ações levaram à prisão de muitos líderes da facção, tornando-o um alvo em potencial para represálias.
A ação rápida das autoridades não apenas desmantelou um plano perigoso, mas também destacou a resiliência e os desafios enfrentados por aqueles que se encontram na linha de frente na batalha contra o crime organizado.
A célula do PCC operava sob rígido esquema de compartimentação, onde cada integrante desempenhava uma função específica, sem conhecer a totalidade do plano.
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