O governo federal deposita esperanças em um debate mais técnico e menos carregado de polarização em relação ao projeto antifacção no Senado. A expectativa surge após a aprovação do texto na Câmara dos Deputados, onde o tema gerou intensas discussões.
A escolha do senador Alessandro Vieira (MDB-SE) como relator do projeto é vista como um ponto positivo pelos governistas. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), designou Vieira, que também está à frente da CPI do crime organizado, para a função. Sua reputação de político moderado e sua atuação em defesa da segurança pública são fatores que animam o governo.
Aliados do presidente Lula esperam que a boa relação com o senador Vieira possa ser utilizada para modificar pontos do texto aprovado na Câmara, que geram preocupação. Entre os pontos de atenção, estão a destinação de recursos e os potenciais impactos negativos em fundos de segurança pública, possíveis sobreposições legislativas e a amplitude considerada excessiva dos alvos previstos no projeto.
A estratégia do governo é promover um debate aprofundado e ponderado no Senado, buscando atenuar a tensão política em torno do tema. A intenção é que as possíveis alterações promovidas pelos senadores devolvam o texto para a Câmara em um momento mais favorável ao diálogo.
Na Câmara dos Deputados, o projeto teve como relator o secretário de segurança pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP-SP), que trabalha diretamente com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Após a aprovação do texto, Derrite fez críticas à gestão federal e elogiou Tarcísio, embora tenha negado qualquer motivação política em sua atuação como relator.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
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