Após um período de ascensão impulsionado pela pandemia, o trabalho remoto mostra sinais de declínio. Em 2024, aproximadamente 6,6 milhões de pessoas atuavam profissionalmente em suas residências. Este número representa uma queda em relação a 2022, quando mais de 6,7 milhões adotavam o regime de home office.

A pesquisa revela que a proporção de trabalhadores em regime remoto diminuiu de 8,4% para 7,9% do total. O ano de 2023 marcou uma inflexão, com 6,61 milhões de pessoas trabalhando em casa, o que correspondia a 8,2% da força de trabalho.

Os dados, divulgados por um instituto de pesquisa, abrangem o período de 2012 a 2024, com exceção dos anos de 2020 e 2021, quando a coleta de informações foi interrompida devido à pandemia.

As porcentagens apresentadas consideram um universo de 82,9 milhões de trabalhadores em 2024, excluindo funcionários do setor público e trabalhadores domésticos.

De acordo com um analista, a categoria "trabalho no domicílio de residência" engloba também aqueles que utilizam espaços de coworking. Ele explica que, embora as pessoas se refiram ao trabalho como "de casa", elas podem optar por trabalhar em escritórios compartilhados.

O levantamento indica que a maioria dos trabalhadores em home office é do sexo feminino, representando 61,6% desse grupo. Ao analisar o total de trabalhadores por sexo, verifica-se que 13% das mulheres estavam em regime remoto, em comparação com 4,9% dos homens.

O estudo aponta que o trabalho no domicílio de residência ganhou força com a pandemia. Em 2012, a parcela de pessoas nessa condição era de 3,6%, subindo para 5,8% em 2019 e atingindo o pico em 2022 (8,4%), antes de apresentar queda nos dois últimos anos. Apesar da diminuição recente, o analista garante que o nível ainda é superior ao observado antes da pandemia e da popularização de novas tecnologias.

A redução do home office tem gerado descontentamento em algumas empresas. Recentemente, um grande banco anunciou um retorno gradual ao trabalho presencial, o que resultou em demissões após manifestações de insatisfação. Em outro caso, funcionários de uma empresa do setor petrolífero realizaram uma paralisação para protestar contra a diminuição do teletrabalho.

A pesquisa também detalha a distribuição dos trabalhadores por local de trabalho: 59,4% atuam no estabelecimento do próprio empreendimento, 14,2% em local designado pelo empregador, patrão ou cliente, 8,6% em fazendas, sítios ou chácaras, 7,9% no domicílio de residência, 4,9% em veículos automotores, 2,2% em vias ou áreas públicas, 1,6% no estabelecimento de outro empreendimento, 0,9% no domicílio do empregador, patrão, sócio ou cliente, e 0,2% em outros locais.

Um dado interessante é o aumento da parcela de trabalhadores que utilizam veículos automotores, de 3,7% em 2012 para 4,9% em 2024. O analista atribui esse crescimento ao surgimento de serviços de aplicativo e à expansão dos food trucks.

Na categoria "trabalho no veículo", as mulheres representam apenas 5,4% do total. Considerando o universo da pesquisa, 7,5% dos homens trabalham em veículos, enquanto a parcela entre as mulheres é de 0,7%.

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Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br