O Novembro Azul reacende o debate sobre o câncer de próstata, especialmente diante do aumento de casos diagnosticados em homens mais jovens. A definição de quando e quais exames realizar para um diagnóstico precoce é crucial, e essa decisão deve ser tomada em conjunto com um médico, considerando a idade e o histórico familiar do paciente.

Dados recentes do Ministério da Saúde revelam um aumento de 32% no número de atendimentos a pacientes com até 49 anos para tratamento de câncer de próstata entre 2020 e 2024. Os atendimentos saltaram de 2,5 mil em 2020 para 3,3 mil em 2024. Esses números reforçam a importância da conscientização e da detecção precoce da doença.

Embora a idade seja um fator de risco preponderante, o histórico familiar desempenha um papel significativo. Homens com histórico de câncer de próstata no pai têm o dobro do risco de desenvolver a doença. O risco triplica se um irmão for diagnosticado antes dos 60 anos. A presença da doença tanto no pai quanto no irmão eleva o risco em até quatro vezes, podendo chegar a cinco ou seis vezes se ambos forem diagnosticados antes dos 60 anos.

Um histórico familiar consistente exige um acompanhamento médico mais rigoroso, geralmente a partir dos 45 anos. Em casos raros, síndromes genéticas, como a mutação BRCA, podem aumentar a probabilidade da doença, justificando o início do acompanhamento médico por volta dos 40 anos.

Para a maioria dos homens, a atenção deve ser intensificada a partir dos 50 anos. O rastreamento envolve principalmente o exame de sangue PSA e o toque retal, que se complementam para detectar diferentes tipos de tumores. Alguns tumores elevam o PSA, enquanto outros são identificados pelo toque retal, mesmo com níveis normais de PSA. A combinação dos dois exames maximiza as chances de detecção precoce.

É importante ressaltar que esses exames não confirmam o diagnóstico, apenas levantam a suspeita, que deve ser investigada por meio de exames de imagem, como a ressonância magnética, e confirmada por biópsia.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) preconiza que a decisão sobre o rastreamento seja individualizada, fruto de um diálogo aberto entre médico e paciente, considerando os fatores de risco, o histórico familiar e a expectativa de vida.

A informação acessível e a confiança dos homens em cuidar da própria saúde são fundamentais. Quebrar o silêncio, buscar orientação e discutir a prevenção são atitudes que podem salvar vidas.

O Novembro Azul é um convite para informar, incentivar a prevenção e valorizar o diagnóstico precoce, promovendo um gesto de cuidado consigo mesmo e com aqueles que você ama.

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Fonte: www.cnnbrasil.com.br