A Câmara dos Deputados comunicou que não recebeu informações sobre a possível saída do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) do Brasil. O pronunciamento da Casa ocorreu após a divulgação de que o parlamentar teria sido visto em Miami, nos Estados Unidos. Imagens que circulam mostram Ramagem entrando em um condomínio na cidade americana.

A situação ganha destaque em meio à condenação de Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a 16 anos de prisão na ação penal da trama golpista. Ele recorre da decisão em liberdade. Durante a investigação, o ministro Alexandre de Moraes determinou que Ramagem entregasse seus passaportes, tanto nacionais quanto estrangeiros, e o proibiu de deixar o país.

A presidência da Câmara, liderada pelo deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), reiterou que não foi notificada sobre o afastamento de Ramagem do território nacional e que não autorizou nenhuma missão oficial do deputado ao exterior. Além disso, a Casa informou que o deputado apresentou atestados médicos que cobrem períodos de 9 de setembro a 8 de outubro e de 13 de outubro a 12 de dezembro.

Em resposta à situação, deputados federais do PSOL-RJ formalizaram um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que seja decretada a prisão do parlamentar. Os deputados alegam que "tudo indica" que Ramagem tenha fugido do Brasil. O pedido foi assinado pelos deputados Pastor Henrique Vieira, Glauber Braga, Chico Alencar, Tarcísio Motta e Talíria Petrone.

A suposta ausência do deputado do país coincide com a fase final da tramitação da ação do golpe e a iminente execução das penas do deputado e de outros réus, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Na semana passada, a Primeira Turma da Corte negou os recursos contra a condenação dos réus do Núcleo 1. As defesas devem apresentar os últimos recursos nos próximos dias, buscando evitar o cumprimento imediato das condenações.

Até o momento, a defesa de Ramagem declarou que não irá se manifestar sobre o caso.

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Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br