RJ: Policiais Militares Denunciados por Desvio e Furto em Operação no Alemão

Justiça

A Operação Contenção, deflagrada em outubro de 2025 no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, tornou-se alvo de novas investigações após o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) apresentar denúncias graves contra policiais militares. Seis agentes do Batalhão de Choque são acusados de peculato e furto qualificado, crimes que teriam sido cometidos durante a ação. As denúncias, baseadas em análises detalhadas de vídeos captados pelas câmeras operacionais portáteis (COPs) utilizadas pelos policiais, revelam supostas irregularidades no manuseio de armas apreendidas e no desmonte de um veículo. As acusações lançam luz sobre a necessidade de maior controle e transparência nas operações policiais, além de reforçar a importância do uso de câmeras corporais como ferramenta de fiscalização e garantia da legalidade das ações.

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Acusações de Peculato e Furto Qualificado

Desvio de Fuzil no Complexo do Alemão

A primeira denúncia, protocolada pela 1ª Promotoria de Justiça junto à Auditoria Militar, detalha o caso do 3º sargento Marcos Vinicius Pereira Silva Vieira, flagrado em vídeo recolhendo um fuzil semelhante a um AK-47 em uma residência onde cerca de 25 suspeitos já estavam rendidos. Em vez de registrar a arma e encaminhá-la ao grupo responsável pela contabilização dos materiais apreendidos, o sargento se afasta do local.

Envolvimento de Outro Sargento e Ocultação da Arma

Posteriormente, Vieira encontra o 3º sargento Charles William Gomes dos Santos. Juntos, os dois colocam o fuzil dentro de uma mochila, omitindo o item da lista oficial de apreensões. Essa ação configura o crime de peculato, que se caracteriza pelo desvio de bens públicos por funcionários públicos em benefício próprio ou de terceiros.

Desmonte de Veículo na Vila Cruzeiro

Subtenente e Sargentos Envolvidos

A segunda denúncia, apresentada pela 2ª Promotoria de Justiça na Auditoria Militar, envolve o subtenente Marcelo Luiz do Amaral, o sargento Eduardo de Oliveira Coutinho e outros dois policiais. Segundo a acusação, os agentes desmontaram um veículo Fiat Toro que estava estacionado na Vila Cruzeiro.

Ações para Facilitar o Furto e Manipulação de Câmeras

Os vídeos mostram o sargento Coutinho retirando o tampão do motor, o farol e as capas dos retrovisores do veículo. Amaral e outro policial teriam garantido as condições para o furto, inclusive tentando impedir o funcionamento das câmeras corporais. Outro agente, identificado apenas como Machado, presenciou toda a ação e não interveio, segundo o MPRJ.

Tentativas de Manipulação das Câmeras Corporais

Cobertura das Lentes e Alteração do Ângulo de Gravação

Em ambos os casos, o MPRJ identificou tentativas de manipulação das câmeras corporais por parte dos policiais denunciados. O Termo de Análise de Vídeo indica ações como cobertura das lentes, alteração do ângulo de gravação e tentativa de desligamento dos equipamentos.

Violação de Protocolos e Prejuízo à Produção de Provas

Essas ações contrariam os protocolos oficiais para o uso das COPs e prejudicam a produção de provas, além de comprometer o registro das atividades policiais e interferir no controle interno e externo do uso da força, segundo o MP.

Investigação em Andamento e Implicações da Operação Contenção

As Promotorias de Justiça junto à Auditoria Militar continuam analisando todas as imagens captadas durante a Operação Contenção, que somam dezenas de horas de gravação. O objetivo é identificar outras possíveis irregularidades e eventuais violações. O Ministério Público aguarda que a Justiça Militar receba as denúncias e divulgou nota informando que continua investigando se os episódios são pontuais ou se integram um conjunto mais amplo de práticas semelhantes em operações de grande porte no estado. A Operação Contenção, considerada a mais letal do Rio de Janeiro nos últimos anos, resultou em 122 mortes, incluindo cinco policiais.

FAQ

1. Quais crimes os policiais militares foram acusados?

Os policiais militares foram acusados de peculato (desvio de bens públicos) e furto qualificado.

2. Qual o papel das câmeras corporais nas investigações?

As câmeras corporais foram fundamentais para a investigação, pois registraram as ações dos policiais e forneceram provas para as denúncias.

3. Qual o próximo passo após as denúncias do Ministério Público?

A Justiça Militar deve receber as denúncias e decidir se os policiais serão julgados pelos crimes. O Ministério Público continua investigando se os casos são isolados ou parte de uma prática mais ampla.

A transparência e a responsabilização são pilares essenciais para a segurança pública. Se você acredita que a tecnologia pode contribuir para um policiamento mais justo e eficiente, compartilhe esta notícia e ajude a promover o debate sobre o uso de câmeras corporais e outras ferramentas de controle.

Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br